terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Jampa


Há oito anos, quando estive em João Pessoa, os ônibus de linha da cidade tocavam MPB, em volume suave, adequado para o relaxamento e apreciação. Comprava-se do cobrador, que tinha um frigobar ao lado, refrigerantes, água e água de côco. Infelizmente isto já não existe, mas a cidade, conhecida como “porta do sol”, devido à Ponta do Seixas, localizada na praia do Seixas, ser o ponto (continental) extremo leste das Américas, opondo-se, mais diretamente na América do Sul, à Punta Gallinas na Colômbia.


O lugar onde o sol primeiro nasce (e também se põe) no continente, continua prazeiroso, barato e cheio de pequenas descobertas, como o monumento à Pedra do Reino, de Ariano Suassuna, que não estava lá em minha primeira visita. O sol garantido nos dá uma malemolência gostosa e nos remente ao desejo de uma “siesta”, principalmente depois dos pratos típicos ou não, mas servidos fartamente e a preços surpreendentemente baixos se comparados aos de outras capitais nordestinas. E mais ainda se comparados aos do centro-sul do país. Cioba ou pargo, peixes do litoral da região, não podem deixar de ser apreciados tomando uma cerveja, ou mesmo um refrigerante, à beira-mar, em Manaíra ou Tambaú, sentindo o vento marítimo a bater-lhe o rosto.

Entre as lembranças, pacotes de castanhas, bonecas de pano, redes, doces, colchas de fuxico, tudo se encontra para qualquer gosto e bolso.

O Pôr do sol na praia fluvial do Jacaré, em Cabedelo, cidade vizinha onde se pode chegar de ônibus ou trem e depois uma pequena caminhada, é uma atração à parte, e se o famoso “bolero de Ravel” deixa a desejar no play-back, acompanhado do sax, mire mais no por do sol que na música. Infelizmente agora há um barco que insiste em querer aproximar-se mais do ocaso e em aparecer em nossas fotos, mas que se há de fazer? Tive a sorte de pegar uma chuva na hora do por do sol, o que fez com que ele se pusesse a nossa frente e atrás de nós um maravilhoso arco-íris inundava o céu com suas cores.

Fora isso, há os passeios aquáticos como Picãozinho e Praia Vermelha, passeios de buggy a praias próximas, inclusive a litorais de outros estados vizinhos, como os de Pernambuco e Rio Grande do Norte.

As igrejas imponentes mantêm sua beleza de tempos idos e calma dos séculos em que foram construídas, e já que não temos castelos, seria um crime deixar de visitá-las independente da religião que tivermos. Azulejos portugueses, pias batismais e/ou de água benta, fontes e pinturas sacras nos tetos são pequenos tesouros descobertos por quem adentra. O orgulho por Augusto dos Anjos ser filho da terra está presente nos nativos locais, na forma de saraus literários, organizados pela cidade por seus filhos, ou na Academia Paraibana de Letras, onde o poeta se encontra com Ariano Suassuna em um quadro a óleo de belas cores.

Em frente a uma padaria na Av. Senador Ruy Carneiro, ao final da tarde, encontra-se uma senhora a vender pamonhas e canjica (curau) não tenha dúvidas; compre e delicie-se. Não deixe de comer um prato de fava (prato local) na lagoa Solón de Lucena, tomando refresco de acerola (não o suco de polpa, mas o feito com a fruta, deixe claro). E de resto, arrisque-se pela cidade descobrindo um casarão aqui, uma praça acolá, vá de ônibus, misture-se com o povo local sempre atencioso e disposto a parar e informar-nos como fazer para chegar aos mais variados pontos.

Fotos: Djair
Por do sol - praia do Jacaré.
Arco-iris - praia do jacaré.
Igreja do Carmo - Catedral de N.S. das Mercês.
Igreja de São Francisco.

10 comentários:

  1. Quase me da vontade de me mudar para JP. ^^
    Para o bem ou para o mal, minha vida é aqui em São Paulo. E a sua onde é?

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  2. Que fotos lindas! Principalmente a primeira e a do arco-íris!

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  3. Opa quem diria temos um Guia de viagem pronto aqui hem.

    Ou seria fotografo profissional ?

    Hahahahahaha, bela viagem meu amigo.

    Parabéns

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  4. Que saudade de João Pessoa! Boas dicas: passeios, comida, igrejas, praias. Realmente, um lugar em que você pode viver e ainda sonhar... Perfeito !

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  5. NOssa estive por lá em maio, choveu demais.....o por do sol em JAcaré não pode ser visto, mas como uma boa Paulistana, peguei as praias assim mesmo, mas confesso que nos dias de sol aquele lugar fica mágico!!!!

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  6. Nossa cholandro, menos de 6 meses depois já estvas louco para sair fora de São Paulo... Que incosntância, não?

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  7. Mas rapaz, do jeito que tú "fala" me dá até vergonha de ter nascido e morado lá tanto tempo e não ter prestado atenção a tanta coisa boa que há por lá. Mea culpa.

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  8. Ta por um fio de me convencer a ir conhecer JP

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  9. Qquer lugar depende dos olhos de quem vê,né?
    Viajei!....rs

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  10. Preparando as malas... Fui...

    Isabella.

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