segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Saudades Cedo


Lisboa...
A rima óbvia e fácil... O fonema boa...
Difícil fugir, quando se apaixona por passear em suas ruas
A tomar sol
A deitar-se nos bancos de seus recantos
Sombra e vinho fresco...
Lisboa dos queijos e do bacalhau. Embora a este, de fato retirem todo o sal.
Não faz mal...
E não faz mal à saúde, assim como não o fazem os doces.
Pastéis de nata, e os de Belém,
Os da Mariquinha, os da Lusa...
Parentes próximos e,
Para eles, que tem  aguçado o paladar - e o gosto pela polêmica - tão diferentes
E os doces que chegam dos arredores.
Travesseiros de Sintra
Fofos de Belas...
pra comer com vinho do Porto.
Ou cafés abatanados
Sejam ou não
A ouvir fados.
Ladeira acima – Cidade alta
Ladeira abaixo – Rossio
Mil escadinhas – Alfama
Afinal são sete colinas...
Como Roma!
Qualquer caminho
Qualquer desvio
Leva a um encontro
E um novo encanto...
Palácios, fontes, chafariz, torres
Igrejas, bondes, arcos
E dependendo de onde te escondes
Se perto do Tejo... Barcos
Gaivotas, sob um céu azul anil como de cá.
É verão.
A brisa traz sons e cheiros
Seja da Mouraria, ou dos Correeiros.
Leques, chapéus, bengalas, lenços
Pelas ruas divergem tanto quanto as falas
Daqui, dali, de acolá.
Museus de acervos soberbos e jardins magníficos
Gente de toda cor
Música de todo o lugar...
Lisboa:
Queria agora ser profundo como o Tejo
Pra conseguir expressar de maneira clara o que desejo
Que em Lisboa e arredores
Acredito em dias melhores.

25.09.2011-09-26 Voando sobre a África. E Já com saudades!
Foto: Djair - Lisboa, vista do alto do Castelo de São Jorge.

domingo, 11 de setembro de 2011

Recesso

As publicações no blog voltarão a apartir de outubro!

Aproveite para ler (e comentar) os textos antigos!

Lisboa está a render ótimas histórias, em breve no:  Prajalpa!

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Vida de escola: trotes, apelidos, bola...

               Semana passada o texto do blog sobre bullying ficou na cabeça pelo resto da semana, outros “causos”  me vieram à mente... Alguns que na verdade mostravam o preconceito dos pré-conceitos sem nos darmos conta, como no caso da Dulcinéia, esta no primário, onde eu e um colega cujo nome se perdeu no tempo (não havia jingle com o nome dele para guardar na memória) atormentávamos Dulcinéia, morena lustrosa que já tomava formas de menina moça, e prometia ser uma mulata belíssima. Andávamos aos grudes os três, mas para atormentá-la, devido aos grossos lábios a chamávamos Mané-bicudo. E não satisfeitos, colocávamos as mãos no ombro contrário, formando com os cotovelos um “bico” que abríamos e fechávamos a cantarolar a “musiquinha” que  me fez gravar seu nome para a posteridade: “Eu não gosto da Dulcinéia, ela é Mané Bicudo.” Como vêem, a letra é de um primor absoluto, fundamental, primordial. Estávamos aí no terceiro ano primário do Grupo Escolar Padre Deolindo Coelho” em Coronel Fabriciano – MG.
 
                Lembrei-me também de Conceição, antiga vizinha, a quem devido o corpo de miss Etiópia (Sim eu sei, mais pré-conceito e piadinha de mau-gosto – como diria um personagem de humorístico televisivo : Ai como eu tô bandido!), mas voltando à magreza da Ceiça, a chamávamos de... “Esqueleto da maçonaria”, ao que a cada vez que seu Anthenor, vizinho nosso, que era maçon, ouvia, respondia: “Na maçonaria não tem esqueleto!”
                Daí fui as rememorações de colégio, e voltei ao velho Afonso Schmidt em Cubatão, e ao Jorge, inspetor de alunos que carregava um molho de chaves todo o tempo, na verdade acho que nasceu com ele, mas enfim... Ele o carregava chacoalhando o tempo todo, daí a alcunha de “Jorge Cascavel” foi um processo natural. E quando o colégio foi reformado, com entulho e escombros que sobravam por todo lado, fizemos dois “túmulos” juntando terra, restos de tijolos, etc... e colocamos uma cruz em cada um, com os nomes de outras duas inspetoras, Bia e Isabel... Jaime que era ótimo arrumou sabe Deus onde, um rato (enorme) morto que depositou sobre a cova simbólica de uma delas.
                Terminada a reforma, alunos convocados para ajudar a lavar o prédio “novo” num sábado. A farra de água foi bárbara, meninos contra meninas, lembro que corremos ao banheiro e elas não se intimidaram, Ana Angélica caindo na risada, apontando o mictório e perguntando pra que servia aquilo...

                Jogavamos “Malha” nos intervalos, que consistia em jogar bolas improvisadas, onde cada um só podia dar um toque na bola, e se, após o chute, ela batesse em alguém (ou se desse dois toques), essa pessoa era esmurrada até chegar em um “pique”. Os murros mais fortes sempre eram das meninas.
                Era um tempo bom, inocente, em que a classe inteira ia correndo para o refeitório, só para que a classe ocupasse todos os lugares, todo mundo junto. Na época circulava um comercial da Maggi, com o jingle (de novo essa palavra, sim, estou ficando repetitivo): “maggi, maggi, maggi, maggi para a mamãe eu sempre peço, caldo maggi é o segredo do sucesso! Maggiiii!!!” Pois bem, D. Lourdes, ou “tia” como todos a chamávamos, nos servia sempre de bom humor e era um doce; a Classe inteira nas quatro enormes mesas que compunham o refeitório e fizemos nossa homenagem com a versão adaptada da mensagem publicitária musicada (agora ficou bonito): “Vaggi, vaggi, vaggi, vaggi, vaggi para a titia eu sempre peço: A Lavagem é o segredo do sucesso! Vaggi!” Foi hilário ver a cara dela, que saiu correndo atrás de nós com uma colher de pau na mão!!!
                Bem, é isso, lembranças, acabou-se o que era doce... Mas ainda me rende gargalhadas só de lembrar... Vaggi!!



Foto: Internet Escola Estadual de Primeiro e Segundo Graus Afonso Schmidt
Autor: Marcelo Donizete Morelatto