sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Coxinha, de rabada, de bucho ou galinha.

Existem e fazem moda confrarias de apreciadores de charutos, comidas e bebidas, do nhoque à pizza de domingo, da cachaça à cerveja, passando por todos os maltados e destilados...

Se eu fosse criar uma, possivelmente seria a confraria da coxinha. Desde a infância adoro. Íamos viajar com minha mãe, e ela sempre comia uma coxinha com café, aliás, come até hoje. Uma das lembranças de sua última vinda a visitar-me é indo à 25 de março e pararmos para tomar um café... Com coxinha. Toda vez que passo em frente àquela lanchonete, próxima à estação S. Bento, lembro-me dela, a xícara de café numa mão e a coxinha na outra, num dia feliz. Lembro um caso sem muita importância que tive com o misto quente, mas que durou pouco, e a coxinha permanece.

Claudia, amiga que também a aprecia, vive me cobrando um texto sobre isso, uma ‘ode à coxinha’. E de tanto falarmos, há algum tempo, no shopping no lançamento do livro do Marcus, livro pago, autografado, abraço dado, saímos de lá, com certa pressa (que eu e Carol ainda tínhamos um evento na Cinemateca e Claudia e Rodrigo nos dariam carona). E... andando pelo corredor do shopping, em direção à saída, vem em sentido contrário uma senhora em cadeira de rodas, dessas senhoras finas de Moema, acintosamente conduzida por um serviçal às suas ordens. Maquiada, composta com joias, echarpe de seda, uma senhora elegante, nas mãos uma caixa que não sabíamos o que era. Todos a olhávamos quando de repente ela deixa a caixa cair e esparramam-se pelo corredor quatro coxinhas, enormes, com uma cara ótima... Não adiantava chorar pelas coxinhas esparramadas. Um primeiro instante de dó, elucubrando que as coxinhas poderiam ser o jantar dela, depois lembramos que alguém aparentando tantas riquezas e com empregados, logo mandaria o subalterno buscar outras e pronto, mas as coxinhas esparramadas no chão não foram esquecidas e agora as eternizo nesta prosa pobre.

Enfim, ficamos, Claúdia e eu, com fama de ter olho grande que fez cair das mãos da senhora as apetitosas coxinhas, as quais me fazem salivar enquanto escrevo. Aliás, quando nos dá aquela fome à tarde, por vezes damos uma fugida pra tomar um café com coxinha ‘nos meninos da boca bonita’. Não sei o nome da tal lanchonete, apenas que pertence a dois rapazes, irmãos, bem próxima ao trabalho, e que por aqui sempre dizemos ‘vamos lá nos meninos da boca bonita?’ E se for o Luciano a coisa piora pois ele diz: “Os meninos da boca linda”. Mas antes que alguém se anime... Nenhum deles tem boca bonita, ou tem, só que ao contrário.

As do grupo Noel são enormes e macias, provavelmente levam leite na massa. Outro dia comi com Adriana e Wânia coxinha de rabada num bistrô da Vila Madalena, bom também, uma vez que aprecio até mais a massa que o recheio. Outra amiga, também Adriana, certa vez foi em casa e fez coxinhas inesquecíveis. Meu irmão também é esperto nelas e sempre que vou a Floriano me presenteia com elas. Já eu, sou especialista apenas em devorá-las.

Uma lembrança antiga é da oitava série, quando ao recreio íamos à cantina comprar merenda e refrigerante de máquina, que era mais gostoso porque podíamos estourar os copos de papel com um pisão, fazendo um estouro quase idêntico ao de uma bombinha. Mas onde entra a coxinha? Bem, Ana Angélica tirava sarro da coxinha da cantina do Alfonso Schmidt, dizendo que o recheio era de bucho. E ríamos, aliás, eu rio até hoje, e ela caso se lembre deve rir também. 

E pode quem quiser comer seus petit fours e torraditas com ervas finas e caviar, e deixe as coxinhas conosco que estaremos bem servidos.


Foto: Mima Badan - do Recanto das receita - http://wwwrecantodasreceitas.blogspot.com.br/, onde aliás, tem uma receita maravilhosa de coxinhas de frango com catupiry.

19 comentários:

  1. Coxinha é uma iguaria que não tem igual. Eu sempre pergunto pra minha mãe. Porque o frango da coxinha da padaria é sempre amarelo sendo que em casa não há meio de chegar perto da cor? Como diria Caco Antibes: Poxa, que Côxa.

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    1. Ah, bem melhor que aquele kibe proposto não? Ah, era ovo... Xô mosca...

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  2. Hummmmmm, também adoro coxinhas!!!! E quantas lembranças! Quando estava no colégio havia uma lanchonete bem em frente e íamos lá na hora do intervalo...eram maravilhosas,o recheio muito temperado e na massa ainda levava cheiro-verde...hum, bateu até a lembrança do sabor...risos...a propósito, você assistiu o filme Estômago? As coxinhas que ele prepara são um sonho!!!! risos...Adorei o texto, querido. Pena que já cheguei em casa e já é tarde. Caso contrário iria até a Dona Deôla, logo ali na esquina, só prá matar a vontade...bjs, Wânia

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    1. Salivando com o "cheiro verde na massa"... Até visualizei. Em um desses nossos encontros precisamos umas coxinhas pra atualizar o cardápio. rsrs

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  3. Aaaah, eu simplesmente adoro coxinhas.
    Eu e meu irmão de criação somos os melhores em "caçar" lugares, botecos, lanchonetes e afins nas cercanias de todo os lugares que vamos em busca de coxinhas.
    Eu sou boa em fazê-las.
    Minha mãe durante muito tempo ajudava no sustento da casa vendendo-as por encomendas, as vezes fazíamos milhares.
    E eu nunca enjoei.
    A massa é sempre a mesma e serve para coxinhas recheadas com frango, bolinhos de queijo, queijo e presunto, carne moída e carne seca. Mas eu adoro mesmo e coxinha de frango, os outros não são coxinhas são apenas "salgadinhos" de alguma coisa.
    Eu também gosto com café.
    E pra mim é assim, pode ser a festa de aniversário, casamento, mais chique do mundo, se não tiver coxinha não tem graça.

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    1. Hummm essa coisa de dizer que faz bem, sem provas... Não acredito. Só acredito comendo. rs

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  4. Ri com a lembrança das coxinhas no shopping... Eu também adoro coxinha! Talvez não tenha sido só você e a Claudia que olharam... kkkk
    Mas não tem jeito. Acho que as melhores coxinhas são de buteco, ou feitas em casa mesmo. Eu adoro aquelas do Viena, beeemmmm cremosas, já o marido não gosta! Certa vez fomos a uma padaria aqui em Santana, "La Brunet". Pelo nome já se vê que é daquelas cheias de frescuras... rs... o Alex pede uma coxinha, e deixa pela metade. "Devíamos mesmo ter ído ao buteco!"
    Mas há aquelas que prefiram comida a coxinhas... kkkkkkk
    Bjo ;-)

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    1. Kkkkkkkkkkkkkkkk. Pro Alex ter deixado pela metade não devia estar mesmo grande coisa. rsrs Hummm, revelou-se então, foi o seu olho!!! rsrs

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  5. Coxinhas!!!! Deliciosas, com variaveis, com catupiry, com salsinha, com coentro, apenas com o tradicional tomate, cebola, alho e sal.... todas maravilhosas, aquela massa macia e saborosa, feita com a mais perfeita base de batatas, leve... e para os mais perfeccionistas, até com uma leve sensaçao aerada, coberta por uma leve camada de farinha de rosca, que quando em contato com o óleo quente, naquele ponto perfeito, que deixa a casquinha moreninha com o conteudo quentinho, no ponto.... Hummmmmm não tem como não saborear tal iguaria..... é querido... sou cinestésica demais..... comer uma coxinha é mais do que um ato de saciar a fome... é um ato de prazer em todos os sentidos!!!! Bora comprar coxinhas!!!! Foi prazeroso demais ler o Ode a Coxinha!!! bjus

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    1. X-Zuka de batata e passada na farinha de rosca... foi na mosca essa observação. Preciso disso urgente!!! :)

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  6. Além da água na boca que deu, é uma emoção ser citada no blog. Acho que sou do time da sua mãe, para mim, não existe sabor mais delicioso do que uma boa coxinha com uma xícara de café bem forte... Deu uma vontade de comer uma coxinha agora... beijos

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    1. Hummm, eu de alma mineira, prefiro a coxinha com um café ralinho... Um carioca, ou em Lisboa, um abatanado. :)

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  7. eu tambem sou campeao em coxinha melhor salgado de todos !!!!!

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  8. Hummmmmmmmm que texto senti até o gosto. Não como muito coxinhas até porque devoraria ......perto ondedava aulas .......tem uma coxinha norme e com muito recheio. Pena que não abre de fim de semana adoravel as coxinhasssss. beijos Carminha

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  9. Pena que não está aqui agora, senão iríamos lá nos meninos da boca bonita "COMER" coxinhas, 2 cariocas e dois beijinhos rsrsrs

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  10. Eu gosto de coxinha de queijo com presunto,confesso que nunca vi por essas bandas de cá coxinha de rabada e tampouco de bucho,na verdade nem de queijo com presunto(essa,minha mãe que faz pra mim)..Mas,eu tenho um caso de amor com pão de queijo..o divórcio vai ter que ser litigioso,rs.

    Beijão,Dja!Dani.

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    1. Dani, na verdade... A coxinha não era de bucho, mas na época era a coisa mais "nojenta"que ela (Ana Angélica) achava, então usava para desqualificar a coxinha do "Schmidt". E castigo dos deuses da coxinha, hoje ela adora dobradinha!

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