sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Sobre o retorno ao Facebook

Os que me conhecem mais de perto, sabem de minha predileção pelo carmere, tinto, da casa Concha y Toro, no entanto depois de dias tensos e intensos, até os gêneros de primeira necessidade estão se esvaindo aguardando disposição para que se faça o reabastecimento. Então com um Fortant de France, safra 2012, se não me falha a memória presente de Patricia, na última noite de caldos cá em casa, é que anuncio o retorno...
E assim, depois de três meses de exílio, resolvo voltar ao Facebook. Um tempo bom, de irritações diminuídas, a agradecer aqueles que preocupados com minha ausência procuraram números antigos e acabaram por me ligar no fixo, gente que via blog e e-mail mandou notícias, outros que mandaram zaps e sinais de fumaça de diversos outros tipos. Como se diz na atual modinha: “Gratidão”! De verdade. Por outro lado mais de duas dezenas se foram, de vez??? Se assim for... Bye, bye baby, bye, bye... Embora alguns façam realmente grande falta.
Mas enfim, tem muitas fotos nesse perfil que daria trabalho copiar e salvar em outro espaço; muita gente que só tenho contato por aqui; e, claro, também tem os chatos que não fazem parte de meu mundo e nem estão adicionados mas se acham no direito de virem comentar abobrinhas e patasquadas em minhas postagens, gente que posta Prajalpas diversas, gente que compartilha até fotos pessoais mas é incapaz de curtir qualquer coisa antes de compartilhar e acha que é isso mesmo (e talvez seja, o chato aqui sou eu), gente que não perde nada, mas também é incapaz de curtir ou comentar qualquer coisa, e que quando o faz é em "pvt" para assim, não se comprometer, e levanta a bandeira “Rede”, já que “Social” não quer dizer nada nesses casos. T Tem a rede de trabalho, pois às vezes o social dá lugar ao profissional e é por aqui que são agendadas reuniões, saraus, exposições e o que mais der.
Mas têm os que se fazem presentes, os que dão saudades, os que trocam ideias e não apenas palavras, gente que a gente vê a foto e morre de vontade de estar perto, e lembra a última cerveja ou vinho tomados juntos. Tem gente que nunca vi mas que é mais próxima que muito parente, tem de tudo nessa geleia geral que, com licença de Torquato Neto, tomo emprestado o título para metaforizar a ‘rede social’, e assim vamos, mais uma vez, de volta... Até sei lá quando, lembrando que a ausência foi deveras salutar. E assim vamos, mesmo tendo deixado de acreditar em “curtidas”, em “amigos”, em reciprocidade, pelo menos nesse ambiente; de resto, de ingênuo que sou, sigo acreditando naquilo que desde há muito eu devia ter deixado de acreditar, que está no ar, nas entrelinhas, aqui no blog...

“Metade de mim agora é assim
De um lado a poesia, o verbo, a saudade
Do outro a luta, a força e a coragem pra chegar no fim
E o fim é belo incerto, depende de como você vê
O novo, o credo, a fé que você deposita em você e só.”

Foto: Tania Macedo - Eu, em uma das edições do Premio Portugal Telecom de Literatura.
Poesia citada: Trecho da música O Anjo mais velho